quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

GUIDO MONDIN e o 4º DISTRITO de PORTO ALEGRE


Matéria publicada no blog http://profciriosimon.blogspot.com/ em 28 de outubro de 2009

O autor deste blog foi obsequiado pela obra de
MOLON, Floriano. “A Via Sacra de GUIDO MONDIN”. Porto Alegre : EST, 2006; 64p. Il
A obra – resultante da bela safra comandada pelo operoso Frei Rovilio Costa – traça um momento e o esboço do rico universo de Guido MONDIN. Escrevemos esboço pois é enciclopédica a vida e a obra deste artista e político.Certamente um “Catalogue Raisonée” das 4.200 telas (Molon, 2006, p.6) seria apenas um pequeno capítulo da vida deste Senador da República e Ministro do Tribunal de Contas da União.
Contudo a criatividade de MONDIN não se restringe à arte e ao exercício das funções dos cargos públicos da mais alta relevância. Como memorialista fixou as suas lembranças do 4º Distrito de Porto Alegre.
MONDIN, Guido Burgo sem água: reminiscências do 4º Distrito. Porto Alegre : FEPLAN, 1987, 187 p.
Nesta obra ele faz o registro emocional da aurora de sua vida passada num dos bairros mais humanos cheio de contrastes e num universo que poucos captaram na fugacidade dos tempos modernos de uma era industrial chegando a Porto Alegre. Registro visual de um pintor e que não só descreve, mas fixa em desenho algumas das suas percepções. Esta obra não circula mais. Não sei como estão os seus direitos autorais e editoriais.
O nosso glorioso 4º Distrito tornou-se um grande estacionamento provisório, ao estilo norte-americano. Felizmente o autor deste blog está “estacionado” nele há mais de meio século e que espera sair dele só para algum dos nossos crematórios. O Centro da nossa Região metropolitana deveria girar e recuperar o rio Gravataí. A FIERGS, a Coca-Cola e agora o Grêmio acharam este lugar. Aeroporto, free-way, trem da alta velocidade e rodoviária deveriam interconectar-se ao redor do Rio Gravataí e fazer dele o que Sena, o Tibre e Tamisa fazem para as cidades de fama mundial.
A vida e a obra de Guido MONDIN podem ser uma bela metáfora deste “estacionamento”, do qual ele se deslocava em todas as direções e dimensões. Esta metáfora conduz ao cerne da questão: a pessoa Guido Fernando MONDIN. Interessa o “ente no ser” de Heidegger ou “a arte está em quem a faz e não no que produz” de Aristóteles.
Guido Mondin conjugou a arte com a política, com textos fundadores e com o ente na busca do seu ser. Nesta conjugação feliz ele é um dos fundadores, em 1938, da Associação Francisco Lisboa (Chico Lisboa) Nas suas pesquisa documentais Maria Lucia Basto Kern registrou[1] os nomes destes jovens artistas:
[1] KERN, Maria Lúcia Bastos. Les origines de la peinture "Moderniste” au Rio Grande do Sul - Brésil. Paris : Université de Paris I- Panthéon.Sorbonne , tese, 1981. 435 fls.

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